Um livro-razão inviolável é essencialmente qualquer sistema de registros que tenha as propriedades fundamentais de um livro-razão distribuído em blockchain.
A tecnologia da
Blockchain depende muito da segurança, e é por isso que, em teoria, todos os livros-razão da blockchain são livros-razão invioláveis. O sistema monetário com o qual operamos atualmente em escala global consiste em vários livros-razão. Bancos e empresas de cartão de crédito são essencialmente livros-razão - eles armazenam informações sobre transações e a maneira como o dinheiro se move entre as partes. Infelizmente, o sistema bancário tradicional é frequentemente colocado sob pressão devido ao alto risco de fraude e adulteração de informações.
É aqui que a tecnologia blockchain ou livros-razão à prova de adulteração entram em jogo. O primeiro livro-razão inviolável verdadeiramente bem-sucedido veio com a introdução do whitepaper do
Bitcoin.
Satoshi Nakamoto detalha uma ideia revolucionária de como garantir que o livro-razão do Bitcoin permaneça livre de adulterações.
Embora as tentativas anteriores de criar sistemas financeiros descentralizados funcionais se concentrassem em proibir a adulteração do livro-razão, Nakamoto percebeu que basta apenas incentivar os usuários a não adulterar o livro-razão. Isso significa que o Bitcoin, especificamente a blockchain do Bitcoin, desencoraja a adulteração porque isso significaria a exclusão automática da rede. Em essência, os operadores de
nó responsáveis por validar transações e, assim, adicionar novos blocos à cadeia são ativamente desencorajados a adulterar os registros porque tal alteração será facilmente detectada. Como uma rede descentralizada, todos os operadores de nó do Bitcoin validam as transações com base na mesma cópia do livro-razão. Se alguém tentar adulterar os registros, sua cópia não corresponderá a dos demais operadores do nó; assim, o consenso não será alcançado. Se a cópia do registro de um nó não corresponder e não houver consenso, o nó ficará inativo.
Em essência, o Bitcoin é o primeiro livro-razão inviolável nativo, pois desencoraja os nós de alterar os registros. Se um nó não estiver em consenso com o restante da rede e ficar inativo, o operador do nó deixará de receber recompensas de mineração. Em outras palavras, os operadores de nós do Bitcoin não têm motivos para adulterar o livro-razão ou deixarão de receber recompensas Bitcoin.
Desde que o Bitcoin foi lançado pela primeira vez em 2009, muitas outras blockchains foram criadas. Independentemente do mecanismo de consenso por trás delas, todos contam com incentivos aos operadores de nós para não adulterar os registros. Esse mecanismo de incentivo garante que o
livro-razão distribuído permaneça inviolável, independentemente de quanto ele cresce e de quantos blocos são adicionados.