É praticamente impossível que uma conversa sobre criptomoedas não mencione o termo - volatilidade. As movimentações de preço apoiam essa narrativa de volatilidade como uma qualidade inerente às criptomoedas.
No entanto, na mesma linha, a frase "hedge contra a inflação" é usada como o principal motivo para colocar seu dinheiro em Bitcoin ou em outras criptomoedas, e não em moeda fiduciária.
Sem aprofundar muito em nenhuma narrativa, vamos explorar uma nova oportunidade que atua contra a volatilidade e a inflação.
Para isso, precisamos entender o fenômeno das stablecoins.
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Stablecoins: O Antídoto para a Volatilidade
Vamos primeiro falar sobre números — a capitalização total de mercado das stablecoins atualmente é de quase US$165 bilhões, crescendo mais de 500% desde janeiro de 2021. Agora, o que são stablecoins? Simplificando, stablecoins são uma classe de criptomoedas com o valor de mercado fixo ou atrelado a uma determinada moeda fiat.
Por exemplo, uma stablecoin como o Tether (USDT) está vinculado ao dólar americano, o que significa que 1 USDT (Tether) sempre será USD 1. O valor de 1 Tether ou qualquer outra stablecoin será constante o tempo todo, mantendo o valor da moeda fiat a qual está vinculada.
As stablecoins atingem essa estabilidade por meio de sua garantia, ou seja, o fato de serem sempre apoiadas por suas reservas. Essas reservas podem ser na forma de moedas fiduciárias, outras criptomoedas ou commodities. Um novo tipo de stablecoins que vem surgindo são as stablecoins algorítmicas, nas quais as moedas derivam sua estabilidade de algoritmos que essencialmente controlam o fornecimento das moedas.
Agora, vamos nos aprofundar em um evento relevante do mundo real — a inflação.
Inflação: A Sentença de Morte para o seu Poder de Compra
Recentemente, os EUA registraram sua maior taxa de inflação das últimas 4 décadas, que atualmente gira em cerca de 7%. Da mesma forma, a Turquia luta contra uma crise de inflação desde 2018. A taxa de inflação da Turquia atingiu quase 36%. Pode isso ficar ainda pior? A Argentina diz que Sim, com a sua economia sofrendo com uma taxa de inflação de 54,8%.
Todos esses números resultam em um problema comum, ou seja, a diminuição do poder de compra de moeda. Além do impacto político, há uma causa direta para a inflação - a entrada de dinheiro em circulação. Os governos do mundo todo são notoriamente conhecidos por imprimirem e colocarem mais dinheiro em circulação em qualquer caso de crise econômica.
Uma das principais razões por trás da taxa de inflação de 7% nos EUA é a impressão de dinheiro sem precedentes no valor de US$3 trilhões em 2020. Isso significa que 18% da oferta total de dólar americano foi criada somente em 2020. O gráfico de estoque monetário de M2 acima ilustra o aumento exponencial após março de 2020.
Da mesma forma, quando a oferta monetária aumenta em uma taxa alarmante, os cidadãos têm mais dinheiro para comprar. Isso faz com que o preço dos bens suba a uma taxa insustentável, causando hiperinflação. Um exemplo ideal disso é o Zimbábue que imprimiu tanto dinheiro que isso o levou ao desastre econômico de 2008, com os efeitos sendo sentidos até hoje.
O que precisamos aprender com esses exemplos é o fato de que as moedas fiduciárias são projetadas para perder valor ao longo do tempo. É aqui que os investimentos entram em jogo, com as pessoas buscando a valorização do capital de seu dinheiro na forma de títulos, imóveis e outros ativos. No entanto, isso bloqueia seu dinheiro por um período de tempo, o que significa falta de liquidez.
Assim, surge uma situação interessante, em que a população geral quer proteger o valor do seu dinheiro, mantendo a liquidez. Isso nos leva às stablecoins, como uma forma de proteção contra a inflação.
Utilize a Stablecoin Contra a Inflação
As stabelcoins podem ser a resposta para aqueles que desejam assegurar o valor de seu dinheiro enquanto ainda possuem a capacidade de realizar transações diariamente. Dado que seus preços são estáveis, elas podem ser usadas como um meio de troca confiável. As stablecoins também podem substituir o modo convencional de pagamentos transfronteiriços que é atormentado por intermediários, taxas de transação, etc.
Qualquer um com acesso à internet pode fazer transações com stablecoins e se envolver na economia global. Além disso, ela atua como uma plataforma para a verdadeira globalização. De acordo com o Banco Mundial, mais de 2 bilhões de adultos não possuem acesso ao banco. A facilidade de acesso às stablecoins é uma excelente oportunidade para a inclusão financeira em escala global.
Os cidadãos da Turquia ou da Argentina poderiam ter mantido o valor do seu dinheiro ao investir em stablecoins durante os tempos de inflação. Não só elas mantêm seu poder de compra, mas também estão um passo mais perto de acessar os serviços das finanças descentralizadas (DeFi). Com o crescimento dos produtos de DeFi como empréstimo, seguro, jogos e muitos outros, as stablecoins e a DeFi podem basicamente substituir determinados serviços do setor bancários e de fiat.
Embora isso seja um pequeno exagero, este argumento tem seu valor, uma vez que a indústria de criptomoedas e DeFi está amadurecendo e se tornando popular. Além disso, com os governos falando e criando bases regulatórias para as criptomoedas, as stablecoins podem ser uma aposta segura para todos.
Para fundamentar ainda mais meu entendimento, aqui estão dois desenvolvimentos recentes que podem sugerir que as stablecoins desempenham um papel cada vez mais vital na economia global:
Quatro bancos segurados pelo FDIC nos EUA estão se unindo para emitir uma stablecoin chamada USDF, no intuito de facilitar as transferências de dinheiro ponto a ponto e B2B.
Hong Kong Monetary Authority (HKMA) publicou um documento sobre "Criptoativos e Stablecoins", trazendo uma pergunta para a discussão: “As stablecoins podem atuar e se tornar substitutas potenciais de depósitos bancários“.
As Principais Stablecoins por Capitalização de Mercado
Tether (USDT)
Lançada em 2014, USDT é uma stablecoin emitida por uma empresa chamada de Tether Limited, que é controlada pelos proprietários da Bitfinex, e está vinculada ao dólar americano a uma proporção de 1:1. Cada USDT é apoiado por uma quantidade igual de reserva em dólares. O USDT não é apenas a maior stablecoin por capitalização de mercado, mas também é a terceira mais criptomoeda por capitalização de mercado, atrás apenas do Bitcoin e do Ethereum.
O APY para USDT varia de 7% na Binance Savings a 9,5% na BlockFi.
USD Coin (USDC)
O USDC está vinculado ao dólar americano em uma proporção de 1:1, o USDC é emitido e gerenciado por um consórcio chamado Centre. Algumas empresas de criptomoedas notáveis como a Circle, Coinbase e Bitmain são membros deste consórcio.
De acordo com o Circle, USDC é totalmente apoiado por dinheiro e equivalentes a dinheiro, como títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo. Grandes blockchains como o Ethereum, Solana e Avalanche suportam o USDC nativamente.
Para manter a transparência, a Circle publica um relatório público mensal de uma importante empresa de contabilidade informando como o USDC está totalmente reservado e é 100% resgatável em dólar americano. Leia o último relatório aqui.
O APY para o USDC varia de 10% no Celsuis até 3% no Aave.
Binance USD (BUSD)
BUSD é outra stablecoin baseada em fiat que está associada ao dólar americano. Em parceria com a Paxos, a Binance criou BUSD em 2019. Como uma característica exclusiva, o BUSD é aprovado pelo órgão regulador — New York State Department of Financial Services (NYDFS).
A Binance também impulsionou agressivamente os usos para o mundo real, como sua parceria com a BitPay, um provedor global de serviços de pagamentos de criptomoedas. Comerciantes do BitPay, como a Microsoft e Amazon agora estão equipados para receber pagamentos em BUSD.
Embora seja um token ERC-20, BUSD também é suportado pelo BEP-2, tornando-o a stablecoin mais viável da BNB Chain. Semelhante ao USDC, as auditorias mensais de BUSD são liberadas pela Paxos e podem ser vistas aqui.
O APY para o BUSD varia de 7% na Binance Savings para 8,88% na Celsius.
TerraUSD (UST)
A quarta maior stablecoin por capitalização de mercado é a stablecoin descentralizada USDT Ao contrário das anteriores, a UST não é administrada por uma empresa ou consórcio. Em colaboração com a Bittrex Global, Terra lançou a UST em setembro de 2020.
Além disso, a UST é uma stablecoin baseada em algoritmo, portanto, não há necessidade de uma reserva fiat para complementar a emissão de UST. Destacamos, assim, o token nativo da Terra. LUNA, juntamente com contratos inteligentes baseados em algoritmos, mantém a estabilidade dos preços do UST. É a moeda predominante para dApps no Ecossistema Terra.
Por não possuir requisitos de garantia, a UST se destaca no mercado de stablecoin e não é afetada por questões de escalabilidade.
O APY para UST fica em torno de 19,3% na Anchor Protocol.
Dai (DAI)
Uma stablecoin algorítmica exclusiva gerenciada por uma DAO — organização autônoma descentralizada. A DAI está pareada ao dólar americano. A emissão de DAI é governada pelo MakerDAO onde as decisões são orientadas pela comunidade. As decisões então são executadas automaticamente por contratos inteligentes baseados no Ethereum
A emissão de DAI é garantida por uma mistura de criptomoedas como ETH, BAT, USDC, COMP e outros. Os usuários também usam os sistemas DSR (DAI Savings Rate) para bloquear seus DAIs e ganhar juros com eles.
O APY para DAI varia de cerca de 3,8% no dYdX até 8% no Nexo.
Você Deve Investir em Stablecoins?
Os dois tópicos acima, juntamente com as crescentes crises de inflação em todo o mundo, defendem o uso das stablecoins como proteção contra a inflação. Isso não apenas protege a população em geral dos riscos da volatilidade das criptomoedas, mas também fornece fácil acesso a um mercado financeiro global.
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